SEJA BEM VINDO

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Símbolos da JMJ: esperança de vida nova


Texto e foto: Raquel Araujo, do Portal da Arquidiocese do Rio

Os símbolos que já passaram por mais de 250 dioceses em todo o Brasil fomentando testemunhos de uma Vida Nova, também visitaram, nesta terça-feira, 9 de julho, aqueles que estão privados de liberdade e uma instituição de acolhida à população em situação de rua.  Um dos legados que a Jornada Mundial da Juventude quer deixar à cidade é, justamente, a preocupação com o trabalho social voltado para as pessoas que muitas vezes, vivem nas mazelas da sociedade. Por isto, os ícones levaram uma mensagem de paz e renovação a locais como o Complexo Penitenciário de Gericinó e o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE), em Bangu.

O quarto dia de peregrinação dos símbolos começou com uma visita à Unidade Municipal de Reinserção Social Rio Acolhedor (UMRS), no bairro de Paciência. Dedicado à acolhida daqueles que estão em situação de rua, o UMRS abriga mais de 350 pessoas, entre homens e mulheres. Através da formação e da capacitação, o Rio Acolhedor, procura reinserir estas pessoas em suas famílias. O acompanhamento espiritual também é um dos pilares da unidade. O capelão Militar da Base Aérea de Santa Cruz, padre Jones Alberto Ribeiro, que celebra missas mensais no UMRS, ressaltou a alegria de receber os símbolos da juventude no centro de acolhida e, sobretudo, destacou como o contato com a cruz e o ícone pode modificar a vida daqueles que estão na instituição.

- Ter os símbolos da Jornada aqui significa estar diante da presença viva do amor de Deus. Especialmente neste abrigo, muitos buscam uma vida nova e a cruz e o ícone de Nossa Senhora são um sinal novo de esperança e motivação para que estas pessoas busquem uma inclusão social, um contato com suas famílias... A presença da Igreja vem vivificar, dinamizar a fé desta gente, afirmou.


No local, houve a celebração da Palavra e, logo em depois, a cruz e o ícone seguiram em procissão pelos corredores do Rio Acolhedor.

De Paciência, os símbolos chegaram a Bangu, onde visitaram o Educandário Santo Expedito, que abriga menores infratores de 16 a 20 anos. Em uma intensa demonstração de fé, os jovens internos conduziram a cruz até a quadra esportiva e puderam contemplar os símbolos. Para o assistente eclesiástico da Pastoral dos Menores Privados de Liberdade, padre Aldo Santos, a experiência diante dos símbolos da JMJ marcará a vida destes menores.

- Com certeza o toque nestes símbolos sagrados é algo muito importante e estes jovens foram preparados para isto. Essa visita da cruz e do ícone é uma oportunidade única e, com certeza, estes meninos irão lembrar deste momento para sempre, opinou.

Olhar de Maria leva esperança à penitenciária feminina

Ainda em Bangu, a peregrinação dos símbolos da JMJ chegou à penitenciária feminina Talavera Bruce, onde as detentas aguardavam com ansiedade por este momento de fé. Dez mulheres foram escolhidas para conduzir a cruz e o ícone de Nossa Senhora, do pátio interno até a Capela. Neste primeiro toque, lágrimas e orações pelas famílias.  A presença de Maria em meio àquelas mulheres levou o conforto daquela que também é Mãe e que intercede por seus filhos.

Segundo a diretora da unidade, Juciara Maria Gonçalves, a presença dos símbolos traz uma renovação, não apenas para as internas, como também para os funcionários da penitenciária:

- Isto traz muita paz. Tudo o que é ligado a esta vivência da fé, vem para acalmar e estabilizar os ânimos que um dia não estiveram bem amparados. Vivemos um momento muito importante no Rio de Janeiro com a Jornada Mundial da Juventude e a vinda destes símbolos vem para reforçar a nossa fé. Não só para as internas, como para os funcionários da penitenciária, garantiu.

Membro da Pastoral Carcerária da Talavera Bruce, Maria Merighetti de Araujo acredita que os símbolos da Jornada Mundial da Juventude são sinônimos de esperança:

- Ver essa capela cheia é muito bom. Já realizamos celebrações aqui em que vinham apenas três internas. Tenho certeza de que a presença dos símbolos aqui trará muitas bênçãos, disse.

Em seguida o cortejo seguiu até o Presídio Esmeraldino Bandeira, unidade prisional masculina, onde, na Capela Bom Pastor — que foi construída pelos próprios cristãos que cumprem pena na Instituição — os símbolos foram acolhidos.

Para o diretor desta unidade, Carlos Rogério Campos, a fé é um dos fatores para a reinserção de um interno:

- Trabalho, Educação e fé. Acredito que estes são três elementos fundamentais para a mudança na vida de um preso, destacou.

Show e Santa Missa em Realengo

A última parada da peregrinação dos símbolos desta terça-feira foi na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Realengo. Com a paróquia lotada, a acolhida aos símbolos começou com um show de Olívia Ferreira. Em seguida, a Santa Missa - realizada na Praça do Canhão, em frente à Igreja – foi presidida pelo Bispo Auxiliar e Animador do Vicariato Oeste, Dom Nelson Francelino.

Presentes do Beato João Paulo II para os jovens, os símbolos da JMJ foram enviados em missão e já percorreram diversos países. Dom Nelson lembrou que estes ícones são uma expressão de uma juventude que quer proclamar o Evangelho:

- Estamos diante de duas santas relíquias que João Paulo II enviou aos jovens como expressão de uma juventude que acorda e se levanta na edificação, na proclamação do Reino de Deus, afirmou.

Dom Nelson lembrou ainda da juventude ameaçada pelas drogas e pela violência

- Esta cruz, de uma certa maneira representa e acolhe as dores de uma juventude constantemente ameaçada: ameaçada pelas drogas, pela violência, pela promiscuidade. A nossa juventude, que no Rio de Janeiro, vem registrando tantos óbitos. (...) Essa cruz representa a história de jovens que já partiram fruto da violência e do descaso. Mas ela também quer expressar um basta, essa cruz representa o compromisso com um mundo novo, em que não haja maldade, exortou.

Nenhum comentário: