IGREJA DE SANTANA: MISSA SOLENE DE CORPUS CHRISTI EM SANT'ANA

Texto: Nice Affonso - Portal da Arquidiocese

Fotos: Victor Gonzalez - Pascom Santana

Fiéis de vários pontos da Arquidiocese do Rio se reuniram na manhã deste dia 7 de junho no Santuário Nacional de Adoração Perpétua, na Igreja de Sant`Ana, para a Missa Solene de Corpus Christi. Presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, e concelebrada pelo Bispo Auxiliar Dom Edson de Castro Homem, pelo Bispo recém-nomeado, Monsenhor Roque Costa Souza, pelo Vigário Episcopal Urbano, Padre José Laudares e demais presbíteros, a ocasião comemorou a presença real de Jesus na Eucaristia.

Durante a homilia, o Arcebispo lembrou aos cristãos que a Festa de Corpus Christi destaca qual o alimento da fé e aponta para onde cada um deve caminhar:

— A data de hoje nos coloca onde vamos buscar o alimento da vida cristã: na Eucaristia e, ao mesMo tempo, aponta onde queremos chegar: ser eucaristia. Resume a centralidade da fé católica na verdade que afirma que o Senhor está presente no meio de nós, explicou.

Dom Orani também lembrou a situação de tantos cristãos de outros países, que são perseguidos na vivência à sua fé, e a perseguição velada à Igreja em várias partes do mundo, destacando a importância de não desanimar e de testemunhar sempre com a vida. Porque, de acordo com o Arcebispo, a Eucaristia deve levar ao discipulado:

— Queremos que a Eucaristia nos leve a nos unir cada vez mais, a viver como discípulos missionários. (...) Todo o aspecto sacrifical e de louvor que as Sagradas Escrituras apresentam são aspectos que nos levam a nos unir e não a dividir. A Festa de hoje nos lembra como é importante estarmos unidos na diversidade e nos envia em missão, concluiu.

Ao término da Missa houve adoração ao Santíssimo Sacramento e o Arcebispo deu a benção com Jesus Eucarístico para todos os presentes ao Santuário Nacional de Adoração Perpétua, passando pelo tradicional tapete de sal, neste ano preparado para homenagear Jesus Eucarístico pelo Ministério de Música Sete Dons, que atua na Igreja de Sant`Ana.

A Festa da celebração do Corpo e Sangue de Jesus Cristo encerra com a procissão solene pelas ruas do centro do Rio, às 16h, a 86ª Semana Eucarística, que teve início no dia 31 de maio. Em entrevista exclusiva aos veículos de comunicação da Arquidiocese, o Arcebispo Metropolitano destacou:

— Corpus Christi celebra a nossa certeza de que o Senhor continua conosco, presente nas mais diversas formas, mas na especialíssima: através do seu corpo e do seu sangue, na Eucaristia, que nos congrega, que faz com que sejamos Igreja. (...) É para nós, nos tempos atuais, muito importante, porque nós, ao celebrarmos a Eucaristia, dizemos que queremos ter como centro da nossa vida Jesus Cristo. (...) Aí esta a nossa grande missão: nos alimentarmos da Eucaristia e viver animados, iluminados e seguindo Jesus Cristo, como discípulos d’ Aquele que nos amou primeiro, como é o tema dessa 86ª Semana Eucarística da nossa Arquidiocese.

A Festa de Corpus Christi

(Fonte histórica: Canção Nova)

A Festa de Corpus Christi, que começou a ser solenizada para evidencializar a Eucaristia e destacar a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento, de acordo com o Arcebispo, é celebrada numa quinta-feira porque ecoa a Quinta-Feira Santa da instituição da Eucaristia.

Foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula "Transiturus" de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes, conforme o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon — as quais exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.

O decreto do Papa Urbano IV teve pouca repercussão, porque ele morreu em seguida. Essafesta, no entanto, tomou seu caráter universal definitivo 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar "o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia" e "onde for possível, haja procissão pelas vias públicas", mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

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