sexta-feira, 24 de junho de 2011
Mais de cem mil pessoas celebram Jesus na Eucaristia
Texto: Nice Affonso, do Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Fotos: Victor Gonzalez
As Avenidas Rio Branco e Chile, que figuram entre as mais movimentadas do Rio de Janeiro, foram palco de uma esplendorosa manifestação de fé, na tarde desta quinta-feira, 23 de junho: mais de cem mil pessoas estiveram reunidas na Procissão de Corpus Christi.
Após presidir a oração das 15h, na Igreja da Candelária, o Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, unido a todo o clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro, deu início à Procissão em honra ao Corpo de Cristo. Jesus Eucarístico foi conduzido à bela carruagem histórica, especialmente ornamentada por rosas para a ocasião. A Guarda de Honra do Santíssimo Sacramento foi composta pelo Regimento de Cavalaria Montada, pela Guarda da Polícia Militar com uniforme do tempo do Império e pela Guarda Independência do Palácio Guanabara.
Católicos de todos os cantos da Arquidiocese se reuniram em torno do Pastor para homenagearem Jesus Eucarístico.
— Este momento é muito especial para os cristãos: viemos para fazer uma homenagem a Jesus, ao seu corpo e sangue, alma e divindade. Hoje, Jesus está andando pelas ruas do Rio de Janeiro e nós estamos aqui, ao lado dele, louvando, agradecendo e bendizendo por seu Corpo Sagrado no meio de nós. É um dia especial para agradecer porque Jesus quis se dar a nós num simples pão, e isso é lindo, expressou Rosa da Silva Guimarães, que atua como Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Vicente de Carvalho
— Este momento é a manifestação pública da nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Muitos não compreendem, não entendem, mas é o mistério da fé: ele quis permanecer conosco na Eucaristia, verdadeiramente vivo, ressuscitado, lembrou Fabio Alexandre, da Capela São Pedro de Alcântara, em Ricardo de Albuquerque.
— Expor para a nossa sociedade que saímos de dentro da nossa igreja, da nossa casa, para estar caminhando com Jesus Eucarístico pelo centro da Cidade é mostrar a todos que Cristo para nós é a felicidade verdadeira, a alegria que não passa. Então, a festa de hoje, para mim, tem o significado de caminhar em direção ao que é a verdadeira felicidade, ao que é eterno. Eu, enquanto jovem, escolhi a busca dessa felicidade verdadeira que está só em Jesus, contou Walmyr Gonçalves da Silva Júnior, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Penha Circular.
Este grande evento da Arquidiocese mobiliza também as forças militares locais. Mas até mesmo aqueles que estão presentes na procissão por precisarem cumprir uma escala de trabalho percebem a força da presença eucarística do Senhor e se entusiasmam com a fé testemunhada pelo povo.
— Para mim, participar é importante, e inclusive a minha família vem participar também. É um grande presente poder estar aqui fazendo o meu trabalho e, ao mesmo tempo, poder acompanhar e rezar, contou Alberto Cole, do Regimento de Cavalaria da Guarda Lanceira, que atua na Paróquia Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande.
Muitas crianças também estavam participando da procissão, junto com familiares. A transmissão da fé pelo testemunho público de tantos fiéis pareceu mesmo ser um dos objetivos de muitas famílias.
— Demonstrar aos filhos a fé das pessoas, a devoção, ajuda a ensinar a ter esperança no futuro, a perceber que existem bons exemplos e que a religião faz parte disso, nos incentiva a viver o bem. O exemplo do Cristo, o exemplo da Igreja e o de tantas pessoas que vivem em comunidade precisam ser coisas apresentadas aos filhos, assim, na prática, mesmo eles sendo ainda tão pequenos. Por isso eu e minha esposa, que viveu muitos anos afastada da fé católica, agora fazemos questão de trazer as crianças para essa nossa vivência, partilhou o casal Rogério e Angélica Prado Martins.
Um momento bastante marcante desse testemunho público de fé foi a chegada da procissão à Avenida Chile, onde mais de 1500 pessoas, vindas de todas as paróquias da Arquidiocese, passaram a madrugada trabalhando na confecção dos tapetes artesanais. Foram 500m de tapete oferecidos pelos católicos do Rio de Janeiro como homenagem a Jesus Eucarístico.
Ao final da procissão, no altar especialmente montado em frente à Catedral Metropolitana, Jesus Sacramentado foi exposto para a adoração. Durante o momento de reflexão, diante do Santíssimo Sacramento, o Arcebispo explicou o valor e a importância desse encontro de fé:
— Nós viemos às ruas para dizer que nós somos um povo que tem consigo Jesus Cristo e que, por isso mesmo, diante das adversidades, das dores, sofrimentos, dos desafios e, ao mesmo tempo, dos nossos sonhos, das nossas buscas, nós temos conosco a presença de Jesus Cristo. (...) Queremos dizer para nós mesmos e para toda a sociedade que aqui está um povo que Deus escolheu e que acredita na presença de Jesus em nosso meio. Povo que foi chamado, foi vocacionado para testemunhá-lo.(...) Que a nossa participação na eucaristia nos transforme cada vez mais em outros cristos, cristãos. (...) Faz parte da nossa missão que ajudemos a preparar o coração de tantas pessoas para acolher o Cristo, ajudando, ao fazer cada um a sua parte, para que as pessoas sejam mais belas, cheias da graça de Deus. Nós louvamos a Deus porque somos o povo que ele escolheu para servir, para evangelizar e anunciar a sua presença neste nosso tempo. Apesar das nossas dificuldades e fragilidades, aqui estamos para dizer “aqui estou, Senhor!”, partilhou Dom Orani.
Enquanto a grande imprensa se surpreendeu com a multidão que quis se unir a Jesus Eucarístico, o Arcebispo compreendeu a expressão de fé do povo carioca:
— É uma resposta do povo de Deus que quer manifestar a sua fé, que quer dizer ao mundo como é bom ter Deus conosco, ter Cristo conosco. (...) Tudo demonstra o carinho do nosso povo que parece querer mesmo dizer: é bom estar com o Senhor! O povo carioca é um povo católico, cristão, de fé, que demonstra bem isso, seja pela multidão que participa desse momento celebrativo, seja pelas atitudes e gestos dela. É bom estarmos juntos e por isso não devemos ter medo de estar juntos. Assim como preparamos o caminho do Senhor, somos chamados a, onde quer que nós sejamos levados, levarmos o bem e a fraternidade, a mensagem de uma notícia feliz e alegre aos amigos, aos vizinhos, aos familiares, àqueles de onde nós trabalhamos, disse Dom Orani.
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