Cardeal Arcebispo Dom Orani João Tempesta
Por: Carlos Moioli
Admirado pelos seus irmãos de congregação, e por uma multidão de fiéis que adquiriu com seu zelo sacerdotal, sempre ensinava: “A felicidade não está em viver, mas em saber viver”. Homem simples, sempre dedicou sua vida a Deus e aos mais sofredores, com o dom da cura e da libertação.
Quinto filho do casal Antônio Rodrigues da Silva e de Maria Rita de São José, nasceu no dia 20 de junho de 1920, na cidade mineira de Pains.
Aos 14 anos, percebeu sua vocação quando assistia a uma missa: “Vou ser padre”. Incentivado por sua família, em 1936, aos 16 anos, ingressou no Seminário de Mariana (MG). Porém, depois de sete anos de estudo, começou a sentir-se muito mal devido à manifestação de uma doença chamada xistose, que era comum na época. Essa doença causou sérios problemas no baço, fígado e intestino, e o levou à paralisia temporária.
Transferido para o seminário de Belo Horizonte, onde teve acesso a medicamentos, conheceu a Congregação do Santíssimo Sacramento (padres sacramentinos), na Catedral da Boa Viagem. Na época, sentiu o desejo de ingressar na vida religiosa para se dedicar mais a prática de honrar e de adorar o Cristo no Santíssimo Sacramento.
Um ano depois, mesmo sob cuidados médicos, ele foi aceito na congregação para fazer o noviciado, que o tornaria padre religioso sacramentino. Estava já há dois anos dedicando-se a viver plenamente o mistério da Eucaristia, quando o médico constatou que seu caso tinha se agravado e que ele corria risco de vida se continuasse estudando.
“Foi um momento muito difícil, mas eu estava convicto da minha vocação e, com a ajuda de Deus, persisti e permaneci na congregação como irmão leigo”, contou em uma entrevista.
Quando estava fisicamente melhor, se dedicou um ano para estudar Filosofia e Teologia, e no dia 17 de dezembro de 1972, aos 52 anos, foi ordenado sacerdote.
“Foi uma grande graça que recebi. Então fiz um pedido a Jesus Cristo: para que concedesse uma graça ou um dom para ajudar as pessoas”, contou em uma entrevista.
Em 19 de abril de 1986 foi enviado para a Igreja de Sant´Ana, no Rio de Janeiro, onde exerceu seu ministério até a sua morte, mesmo com seu estado de saúde debilitada, que necessitava de cuidados permanentes.
“Padre Nelson não será hoje manchete na mídia, nem por causa do dom de sua vida, nem por perseverar e ser fiel à sua vocação. Para nós que o conhecemos, ele tem o seu valor. Sabemos que o seu único objetivo é exercer o ministério para a cura e a libertação das almas. Ele não tem nada, sem bens, mas é um homem feliz e livre”, disse o arcebispo Dom Orani João Tempesta na missa em ação de graças que presidiu em 2010, quando padre Nelson completou 90 anos.
Foto: Zelia Arzamendia
Um comentário:
Interceda por mim e por minha família, amado padre.
Carmen Carolina de Barcelona
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